segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A questão (ou distorção) da reportagem em matérias sensacionalistas

Fábio Rausch

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul


Resumo

Este trabalho revisa aspectos teóricos da notícia e da própria fundamentação do jornalismo enquanto campo de estudo. São utilizados conceitos primordiais do fazer jornalístico, como a pirâmide invertida e o texto objetivo, com base nas definições, muito especialmente, de Mário L. Erbolato, em Técnicas de codificação em jornalismo, e de Nelson Traquina, em dois volumes da obra Teorias do jornalismo. Tais fundamentos são de útil valia no exame aqui proposto, o de avaliar como a prática sensacionalista na imprensa pode distorcer as regras básicas do gênero reportagem.
Neste artigo, baseado em duas reportagens dos jornais Diário de Notícias e Última Hora, a respeito das investigações policiais em torno do Caso Kliemann, está-se a apontar, inclusive, a quebra do viés informativo em prol de angulações opinativas. Prática esta que é incoerente com a essência de uma reportagem, estrito senso. Portanto, busca-se problematizar a presença de elementos editoriais (opinativos) em textos de categoria informativa.
No momento, o pesquisador vem desenvolvendo experimentações teóricas, com o intuito de estruturar a sua dissertação de mestrado. Está-se a revisar a literatura sobre sensacionalismo e imprensa, a fim de melhor conceituar o campo de estudo e de traçar uma evolução das práticas sensacionalistas na história do jornalismo sul-rio-grandense.
Em 20 de junho de 1962, Margit Kliemann, esposa do então deputado estadual Euclides Nicolau Kliemann (PSD), foi encontrada morta na sala da sua residência, à Rua Barão do Santo Ângelo, no Bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia da época, ela teria levado pancadas na cabeça, com atiçador de lareira, sendo o marido, Euclides, o principal suspeito do assassinato.

Palavras-chave

Teoria do Jornalismo; Sensacionalismo; Gêneros Jornalísticos; Reportagem; Caso Kliemann.

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