Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar o tratamento dado à morte na cobertura do telejornal brasileiro Jornal Nacional, apresentado pela Rede Globo de Televisão, ao acidente com o vôo 3054 da TAM, ocorrido em São Paulo (Brasil), no dia 17 de julho de 2007. No acidente morreram cerca de 200 pessoas. Também observamos como o JN abordou questões ligadas à tragédia, como a ênfase às dimensões destruidoras do acidente, a exaltação das emoções e do sofrimento dos parentes das vítimas e da sociedade, a reação das testemunhas do ocorrido, o acompanhamento do processo de reconhecimento dos corpos das vítimas e possíveis explicações para a ocorrência do caso. Tomamos como objeto de estudos a edição do telejornal que foi ao ar no dia 18 de julho de 2007. O estudo tem como bases teóricas reflexões sobre o campo jornalístico, que são embasadas por autores como Pierre Bourdieu e Nelson Traquina, e discussões sobre acontecimento jornalístico, com bases em Adriane Duarte Rodrigues. Apresentamos, também, reflexões sobre a morte e sobre a sua presença contundente nos meios de comunicação. Nelson Traquina aponta que a morte é um valor-notícia importante para o jornalismo. A morte é um tema com diversas interpretações, as quais estão muito ligadas com cada cultura. Como a morte é um tema bastante polêmico, pode-se dizer que a cobertura do Jornal Nacional ao acidente com o avião da TAM se deu de forma simplista, sem nenhuma preocupação com os espectadores e com as famílias das vítimas que foram expostas no ar.
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