domingo, 15 de agosto de 2010

Trilogia de palomas preenche vácuo na literatura dos pampas

Fernando Cibelli de Castro
O vácuo deixado pela obra de três ícones da literatura do Rio Grande do Sul: Dionélio Machado – Os Ratos –, Josué Guimarães – Camilo Mortágua , a Ferro e Fogo – entre outras dezenas de obras. A de Ciro Martins, com a trilogia do gaúcho a pé – Sem Rumo, Porteira fechada, As Coxilhas sem monarca – está devidamente preenchido pela Trilogia de Palomas, de Juremir Machado da Silva, em relançamento conjunto da Sulina com o Correio do Povo.
São estilos literários diferenciados, mas em comum conduzem à reflexão lúcida sobre o imaginário, a realidade e a virtualidade na sociologia gaúcha. É inexplicável os motivos que movem milhares de pessoas a marcharem a cavalo em 20 de setembro, muito bem vestidos segundo as tradições, para comemorar como vitória uma luta em que seus ídolos foram humilhados, degolados e os que sobreviveram retornaram a seus lares famélicos e esfarrapados. Muitos enrolados em trapos para cobrir as partes íntimas.
Por conta de simulacros historiográficos, alguns intelectuais, cidadãos a priori respeitáveis, diga-se de passagem, converteram em vitória a Revolução Farroupilha, uma fragorosa derrota política em que uns poucos coronéis do charque, isto sim, se beneficiaram por meio de “indenizações de guerra” recebidas do império.
Imaginem os colorados saindo às ruas e estourando foguetes na próxima quarta-feira, se o maior símbolo das vitórias do Rio Grande sucumbir numa inimaginável zebra para o Chivas de Guadalajara. Não haverá vagas nos leitos psiquiátricos do estado para tratar o volume incontável de dementes.

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