Relatório resumido da pesquisa
Valci Regina Mousquer Zuculoto
Doutoranda do PPGCOM da PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Professora do Curso de Jornalismo da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
Orientadora: Prof. Dra. Doris Haussen
Palavras-chave: História do Rádio, Rádio Público, Rádio Estatal, Rádio Educativo
Recortes e corpus da pesquisa
A pesquisa propõe um resgate histórico da construção das programações de emissoras de rádio brasileiras não-comerciais estatais, educativas, culturais e universitárias. Emissoras que até o final dos anos 90 eram designadas como integrantes do sistema educativo de rádio. Hoje, na sua maioria, colocam-se como estações públicas.
Evidencia modelos referenciais e principais linhas que vêm orientando as programações destas rádios ao longo dos mais de 70 anos de história que já construíram na radiodifusão brasileira.
Nossa investigação está delimitada no período que se estende do advento do sistema educativo, em meados dos anos 30 do século passado, até a primeira década dos anos 2000. A Tese foi organizada e desenvolvida cronologicamente, ao estilo linha do tempo. Parte de uma periodização histórica específica deste grupo de rádios, por nós montada ainda durante o período de coleta de dados e informações, levantamento de registros, realização de entrevistas e revisão bibliográfica.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
A questão (ou distorção) da reportagem em matérias sensacionalistas
Fábio Rausch
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Resumo
Este trabalho revisa aspectos teóricos da notícia e da própria fundamentação do jornalismo enquanto campo de estudo. São utilizados conceitos primordiais do fazer jornalístico, como a pirâmide invertida e o texto objetivo, com base nas definições, muito especialmente, de Mário L. Erbolato, em Técnicas de codificação em jornalismo, e de Nelson Traquina, em dois volumes da obra Teorias do jornalismo. Tais fundamentos são de útil valia no exame aqui proposto, o de avaliar como a prática sensacionalista na imprensa pode distorcer as regras básicas do gênero reportagem.
Neste artigo, baseado em duas reportagens dos jornais Diário de Notícias e Última Hora, a respeito das investigações policiais em torno do Caso Kliemann, está-se a apontar, inclusive, a quebra do viés informativo em prol de angulações opinativas. Prática esta que é incoerente com a essência de uma reportagem, estrito senso. Portanto, busca-se problematizar a presença de elementos editoriais (opinativos) em textos de categoria informativa.
No momento, o pesquisador vem desenvolvendo experimentações teóricas, com o intuito de estruturar a sua dissertação de mestrado. Está-se a revisar a literatura sobre sensacionalismo e imprensa, a fim de melhor conceituar o campo de estudo e de traçar uma evolução das práticas sensacionalistas na história do jornalismo sul-rio-grandense.
Em 20 de junho de 1962, Margit Kliemann, esposa do então deputado estadual Euclides Nicolau Kliemann (PSD), foi encontrada morta na sala da sua residência, à Rua Barão do Santo Ângelo, no Bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia da época, ela teria levado pancadas na cabeça, com atiçador de lareira, sendo o marido, Euclides, o principal suspeito do assassinato.
Palavras-chave
Teoria do Jornalismo; Sensacionalismo; Gêneros Jornalísticos; Reportagem; Caso Kliemann.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Resumo
Este trabalho revisa aspectos teóricos da notícia e da própria fundamentação do jornalismo enquanto campo de estudo. São utilizados conceitos primordiais do fazer jornalístico, como a pirâmide invertida e o texto objetivo, com base nas definições, muito especialmente, de Mário L. Erbolato, em Técnicas de codificação em jornalismo, e de Nelson Traquina, em dois volumes da obra Teorias do jornalismo. Tais fundamentos são de útil valia no exame aqui proposto, o de avaliar como a prática sensacionalista na imprensa pode distorcer as regras básicas do gênero reportagem.
Neste artigo, baseado em duas reportagens dos jornais Diário de Notícias e Última Hora, a respeito das investigações policiais em torno do Caso Kliemann, está-se a apontar, inclusive, a quebra do viés informativo em prol de angulações opinativas. Prática esta que é incoerente com a essência de uma reportagem, estrito senso. Portanto, busca-se problematizar a presença de elementos editoriais (opinativos) em textos de categoria informativa.
No momento, o pesquisador vem desenvolvendo experimentações teóricas, com o intuito de estruturar a sua dissertação de mestrado. Está-se a revisar a literatura sobre sensacionalismo e imprensa, a fim de melhor conceituar o campo de estudo e de traçar uma evolução das práticas sensacionalistas na história do jornalismo sul-rio-grandense.
Em 20 de junho de 1962, Margit Kliemann, esposa do então deputado estadual Euclides Nicolau Kliemann (PSD), foi encontrada morta na sala da sua residência, à Rua Barão do Santo Ângelo, no Bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia da época, ela teria levado pancadas na cabeça, com atiçador de lareira, sendo o marido, Euclides, o principal suspeito do assassinato.
Palavras-chave
Teoria do Jornalismo; Sensacionalismo; Gêneros Jornalísticos; Reportagem; Caso Kliemann.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Jornalismo e Literatura no Intercom: a sedução pelo texto
Eduardo Ritter – jornalista, mestrando em Comuniação pela PUCRS, bolsista parcial da Capes e integrante do GEPETEC.
“Será que o psicanalista que fica no divã, ouvindo a mulher que enfrenta uma crise no casamento, utiliza esse conhecimento no seu relacionamento, com a sua esposa? Portanto, acho que o jornalismo nunca atrapalhou nem atrapalhará a minha produção literária”. Essa frase de Felipe Pena, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi uma das tantas que encantaram o público que acompanhou a mesa redonda “Jornalistas ou Escritores?” durante o 32° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado entre os dias 4 e 7 de setembro na Universidade Positivo (UP), em Curitiba. Aliás, para os participantes ficou a dúvida: o que foi mais encantador: as palestras, debates e discussões realizadas durante o evento ou a beleza do campus da UP? Confesso que me encantei com o lago, os cisnes, o belíssimo teatro, no entanto, ainda fico com o conteúdo...
Mas voltando à mesa sobre Jornalismo e Literatura, além da fala de Felipe Pena, os participantes também puderam beber um pouco mais da fonte do presidente da Intercom e professor da PUCRS, Antonio Hohlfeldt, e da professora da UFRJ Cristiane Costa, além do editor do jornal Rascunho, que atuou como mediador da mesa coordenada pela professora Elza Oliveira (UP). “A chance que o jornal tem de sobreviver é a volta da grande reportagem”, avaliou Hohlfeldt, explicando que quando o leitor quer uma informação rápida ele a encontra disponível na internet. No entanto, todos na mesa concordaram que mesmo para escrever uma nota de 15 linhas o jornalista precisa ter um texto excelente.
Rogério Pereira, por exemplo, recordou dos tempos em que foi editor do jornal Gazeta do Povo, o maior do Paraná: “A redação era formada basicamente por jovens e quando eu pedia para escreverem uma matéria sobre uma partida de futebol sem dizer de cara qual foi o placar, eles não conseguiam e não se conta de que o sujeito que vai ler o jornal já sabe quanto foi o jogo. Nesse caso o jornalista tem que fugir do lugar-comum”, salientou. Ouso acrescentar aqui, que além disso, o placar dos jogos sempre estão disponíveis nas tabelas e nos gráficos colocados nas páginas de esporte de todos os grandes jornais após cada rodada. “Hoje eu não consigo mais viver em uma redação de jornal diário”, disse Rogério, acrescentando que, apesar disso, aprendeu muito do que sabe sobre a prática jornalística na sua passagem pela Gazeta do Povo.
Já Cristiane Costa, autora de Pena de Aluguel, um livro referência para os estudiosos do tema Jornalismo e Literatura, destacou que o lide não precisa ser chato e mecânico, salientando a necessidade que o jornalista e o escritor têm de seduzir o leitor. Quando o debate foi se encaminhando para o tema “sedução”, Felipe Pena, que em março estará lançando o romance O marido perfeito mora ao lado, comparou o ato de escrever ao de sedução em um relacionamento. “O jornalista e o escritor devem seduzir o leitor a cada texto, a cada linha, da mesma forma que o homem também deveria seduzir a sua mulher todos os dias, principalmente após o casamento”. Após essa comparação, ele completou bem humorado: “Vai ver por isso eu sou solteiro e um escritor desconhecido...”.
E em meio a uma conversa um tanto informal, bem humorada, mas muito rica em conteúdo, foram debatidos outros temas relacionados a Jornalismo e Literatura, como a utilização do marketing literário, excelentes contextualizações históricas do surgimento e desenvolvimento da literatura, que sempre andou de mãos dadas com o jornalismo, entre tantos outros pontos.
Encerro o texto, fazendo a inversão do que aconteceu no debate, voltando à primeira a primeira fala de Felipe Pena na mesa: “Muitos escritores contemporâneos estão esquecendo do principal: a história. Ou seja, existe uma preocupação em escrever um texto bonito esteticamente, com sacadas ‘geniais’, mas sem história. Todo mundo pensa que é a reencarnação de James Joyce. Mas quem vai querer ler algo que não tem história? O mesmo vale para o jornalismo”. E em certos casos, vale também para certos textos acadêmicos incompreensíveis. Ou, recorrendo a Michel Maffesoli, para os “autistas intelectuais”.
“Será que o psicanalista que fica no divã, ouvindo a mulher que enfrenta uma crise no casamento, utiliza esse conhecimento no seu relacionamento, com a sua esposa? Portanto, acho que o jornalismo nunca atrapalhou nem atrapalhará a minha produção literária”. Essa frase de Felipe Pena, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi uma das tantas que encantaram o público que acompanhou a mesa redonda “Jornalistas ou Escritores?” durante o 32° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado entre os dias 4 e 7 de setembro na Universidade Positivo (UP), em Curitiba. Aliás, para os participantes ficou a dúvida: o que foi mais encantador: as palestras, debates e discussões realizadas durante o evento ou a beleza do campus da UP? Confesso que me encantei com o lago, os cisnes, o belíssimo teatro, no entanto, ainda fico com o conteúdo...
Mas voltando à mesa sobre Jornalismo e Literatura, além da fala de Felipe Pena, os participantes também puderam beber um pouco mais da fonte do presidente da Intercom e professor da PUCRS, Antonio Hohlfeldt, e da professora da UFRJ Cristiane Costa, além do editor do jornal Rascunho, que atuou como mediador da mesa coordenada pela professora Elza Oliveira (UP). “A chance que o jornal tem de sobreviver é a volta da grande reportagem”, avaliou Hohlfeldt, explicando que quando o leitor quer uma informação rápida ele a encontra disponível na internet. No entanto, todos na mesa concordaram que mesmo para escrever uma nota de 15 linhas o jornalista precisa ter um texto excelente.
Rogério Pereira, por exemplo, recordou dos tempos em que foi editor do jornal Gazeta do Povo, o maior do Paraná: “A redação era formada basicamente por jovens e quando eu pedia para escreverem uma matéria sobre uma partida de futebol sem dizer de cara qual foi o placar, eles não conseguiam e não se conta de que o sujeito que vai ler o jornal já sabe quanto foi o jogo. Nesse caso o jornalista tem que fugir do lugar-comum”, salientou. Ouso acrescentar aqui, que além disso, o placar dos jogos sempre estão disponíveis nas tabelas e nos gráficos colocados nas páginas de esporte de todos os grandes jornais após cada rodada. “Hoje eu não consigo mais viver em uma redação de jornal diário”, disse Rogério, acrescentando que, apesar disso, aprendeu muito do que sabe sobre a prática jornalística na sua passagem pela Gazeta do Povo.
Já Cristiane Costa, autora de Pena de Aluguel, um livro referência para os estudiosos do tema Jornalismo e Literatura, destacou que o lide não precisa ser chato e mecânico, salientando a necessidade que o jornalista e o escritor têm de seduzir o leitor. Quando o debate foi se encaminhando para o tema “sedução”, Felipe Pena, que em março estará lançando o romance O marido perfeito mora ao lado, comparou o ato de escrever ao de sedução em um relacionamento. “O jornalista e o escritor devem seduzir o leitor a cada texto, a cada linha, da mesma forma que o homem também deveria seduzir a sua mulher todos os dias, principalmente após o casamento”. Após essa comparação, ele completou bem humorado: “Vai ver por isso eu sou solteiro e um escritor desconhecido...”.
E em meio a uma conversa um tanto informal, bem humorada, mas muito rica em conteúdo, foram debatidos outros temas relacionados a Jornalismo e Literatura, como a utilização do marketing literário, excelentes contextualizações históricas do surgimento e desenvolvimento da literatura, que sempre andou de mãos dadas com o jornalismo, entre tantos outros pontos.
Encerro o texto, fazendo a inversão do que aconteceu no debate, voltando à primeira a primeira fala de Felipe Pena na mesa: “Muitos escritores contemporâneos estão esquecendo do principal: a história. Ou seja, existe uma preocupação em escrever um texto bonito esteticamente, com sacadas ‘geniais’, mas sem história. Todo mundo pensa que é a reencarnação de James Joyce. Mas quem vai querer ler algo que não tem história? O mesmo vale para o jornalismo”. E em certos casos, vale também para certos textos acadêmicos incompreensíveis. Ou, recorrendo a Michel Maffesoli, para os “autistas intelectuais”.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
O QUE É Loglan?
por Alex Leith
O que diferencia a humanidade além de outros animais é a linguagem. Certamente muitas espécies se comunicam, e algumas fazem isso de uma forma bastante sofisticada como lobos e golfinhos. A diferença importante com a linguagem humana é que ela pode ser escrita, permitindo-nos comunicar através do tempo, bem como o espaço. Há uma teoria linguística - conhecida como a hipótese de Sapir-Whorf – define que a estrutura de uma linguagem humana estabelece limites para o pensamento daqueles que a falam, portanto, uma língua pode até mesmo colocar restrições ao desenvolvimento das culturas que a utilizam . Se esta hipótese estiver correta, uma linguagem que poderia levantar essas restrições, reduzindo-os a um mínimo, deveria, assim, para libertar as mentes de seus falantes de seus antigos laços linguísticos, e que deve ter um efeito profundo, tanto no pensamento individual e em o desenvolvimento das culturas humanas.
Loglan é uma linguagem projetada para testar essa hipótese. Ela foi originalmente desenvolvida na década de 1950, e uma versão inicial foi descrita na revista Scientific American de Junho de 1960. Desde então, Loglan tem continuado a se desenvolver e expandir. Um dos objetivos para o seu desenvolvimento foi livrar a gramática de ambiguidades, e esse objetivo foi alcançado. Outro objetivo foi de áudio-visual isomórfico (o que significa que o fluxo de linguagem Loglan rompe-se automaticamente em cadeias totalmente pontuadas de palavras, e este foi parcialmente atingido.
Existem em qualquer caso, ambiguidades em Loglan como "sorvete" versus "Eu grito": limites da palavra Loglan sempre são claras. Além disso, grande parte da gramática Loglan é baseada no cálculo de predicados da lógica matemática moderna. Não se preocupe, você não tem que ser um matemático para saber Loglan, mas provavelmente você vai apreciar a clareza de pensamento que encoraja a sua gramática.
O vocabulário do Loglan abrange atualmente mais de dez mil palavras, e existem algoritmos (procedimentos passo a passo) para a geração de novos, quer através da combinação de palavras já existentes Loglan, ou por meio de empréstimos palavras das línguas naturais, nomeadamente do Comité Científico Internacional do Vocabulário. O vocabulário básico Loglan é formado por pouco mais do que mil palavras para conceitos comuns e foi escolhido para ser, tanto quanto possível culturalmente neutro, e ser tão facilmente revogável quão possível pelos oradores dos oito línguas naturais mais faladas: Inglês, chinês, hindu, russo, espanhol, francês, japonês e alemão.
A Libertação de Loglan das ambiguidades sintáticas a torna ideal para três usos computacionais:
1. o armazenamento e recuperação de informação internacionais;
2. tradução automática entre línguas naturais e
3. A próxima geração de computadores são propensas a usar linguagens como Loglan que permitirá que os computadores. Com isso, as máquinas entenderão o que seus usuários estão fazendo ou dizendo.
Sua clareza e ausência de preconceito cultural são apenas o que é necessário para consolidar a cooperação internacional. Isso deixa cada um de nós com uma língua materna que usaríamos para piadas, poesia e fazer amor. Um bônus adicional é que as nossas línguas maternas poderiam ser muito mais com base local: não só o inglês, mas o Liverpool Scouse, não apenas o alemão, mas o Hamburger Platt, e não apenas francês, mas o Occitan. Para manter a diversidade linguística e cultural, que consagre as línguas minoritárias e regionais poderiam ser tão importante, a longo prazo como a manutenção da diversidade da vida.
Uma coisa é certa: juntamente com todos esses papéis dignos e importantes que Loglan poderia desempenhar, é também um delicioso brinquedo lingüístico, uma lente com a qual a analisar o mundo estranho, mas inesperadamente rica que a sua utilização revela. A grande revolução morfológica ocorreu pouco antes da publicação da quarta edição do Loglan 1 (ver abaixo) em 1989.
Agora, porém, a estrutura da linguagem e dos procedimentos de empréstimos e combinando palavras são estáveis. Nenhuma outra alteração nessas áreas são esperadas. Isso não quer dizer que a linguagem não vai continuar a desenvolver: uma língua evidentemente, não está morta. Assim a gramática Loglan continuará a expandir-se, permitindo ao loglanistas falar e escrever cada vez mais de forma precisa e eficaz, e seu vocabulário também irá crescer indefinidamente, com novos conceitos, termos específicos, ou distinções que faremos ao longo do tempo dentro de suas antigas narrativas. Além de ser uma ferramenta de tradução, esperamos que Loglan venha a ser cada vez mais utilizado para a produção de obras originais: histórias, peças, ensaios, até mesmo um romance em andamento. Enquanto isso, aguardamos que os cientistas da computação forneçam um meio para que o entendedor Loglan possa construir sua própria representação do mundo, e assim se tornar o nosso interlocutor do silício, nos ajudando a educar, e assim ajudá-la a educar-nos. Objetivos distantes como vimos no último par de décadas, têm o hábito de aparecer em nossa porta, gritando, "Deixe-me entrar, eu estou aqui, eu estou pronto". Se esses objetivos e perspectivas de excitar e inspirar-lhe, aqui está o Instituto Loglan foi construído para lhe oferecer: um kit de ferramentas para facilitar o seu aprendizado e sua utilização sempre mais ampla do idioma.
*As oito línguas mais faladas quando Loglan foi criado, em 1959.
Mais informações sobre linguagem Loglan
Teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das propriedades dos conjuntos. Ela tem sua origem nos trabalhos do matemático russo Georg Cantor (1845?1918), e se baseia na idéia de definir conjunto porquê uma noção primitiva. Também chamada de teoria ingênua ou intuitiva devido à invenção de várias antinomias (ou paradoxos) relacionadas à definição de conjunto. Estas antinomias na teoria dos conjuntos conduziram a matemática a axiomatizar as teorias matemáticas, com influências profundas acerca a lógica e os fundamentos da matemática. Foi a partir desta teoria que se chegou ao noção de número transfinito, incluindo as classes numéricas dos cardinais e ordinais, estabelecendo a diferença entre estes dois conceitos que colocam novos problemas quando se referem a conjuntos infinitos. Os conceitos matemáticos inovadores propostos por Cantor enfrentaram uma resistência significativa por troço da comunidade matemática da estação. Os matemáticos modernos, por seu lado, aceitam plenamente o trabalho desenvolvido por Cantor na sua Teoria dos conjuntos, reconhecendo-a porquê uma mudança de paradigma da maior relevância.http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Cantor
Breves comentários acerca o surgimento da Lógica Simbólica e Teoria dos Conjuntos
Alguns historiadores creditam a Leibniz (1646-1716) a geração da Lógica Simbólica em 1680. Todavia, há controvérsias acerca a questão. Parece que antes de 1903, não foi publicado zero acerca o pensamento de Leibniz a saudação da Lógica Simbólica. Há hipóteses de que Lambert (1728-1777) e Boole (1815-1864) tenham sido direta ou indiretamente influenciados por Leibniz. O filósofo teutónico tinha porquê meta edificar uma linguagem universal (esta já havia surgido com Descartes (1596-1650) com o nome de Matemática Universal). A procura de uma linguagem universal, que substituísse o latim, foi uma tarefa empreendida por muitas pessoas no século XIX. Peano, por exemplo, trabalhou muito com a Interlíngua, motivado provavelmente por Leibniz. Esta meta foi perseguida também por Frege (1848-1925), no século XX, que repercutiu nas linguagens Loglan e na linguagem de computadores Prolog. Além da procura da linguagem universal, Leibniz propôs um Calculus ratiocinator, ou seja, um conta para raciocinar. Para isto, é evidente, era necessário o estabelecimento de um simbolismo propício, O operação simbólico de Leibniz foi motivado pelo indumento de que muitos conceitos eram compostos, eles eram coleções ou conjunções de outros conceitos mais simples. A simbologia de Leibniz incluía letras, linhas e círculos, que eram usados para simbolizar conceitos e suas relações. E por este motivo que sua lógica é chamada premeditado, e não extensional, já que seus termos representam propriedades ou conceitos em lugar de objetos que têm estas propriedades, O que Leibniz simbolizava por A B, podemos ortografar em notação moderna porquê A = B, isso significava que todos os conceitos compondo o concepção A também estavam no noção B e vice-versa. Outro exemplo que pode ser citado é a sua notação A B C, para indicar que o noção em A e aquele em B constituem totalmente o noção em C. Isto pode ser escrito, com a notação atual, da seguinte forma: A + B = C ou A B.
O que diferencia a humanidade além de outros animais é a linguagem. Certamente muitas espécies se comunicam, e algumas fazem isso de uma forma bastante sofisticada como lobos e golfinhos. A diferença importante com a linguagem humana é que ela pode ser escrita, permitindo-nos comunicar através do tempo, bem como o espaço. Há uma teoria linguística - conhecida como a hipótese de Sapir-Whorf – define que a estrutura de uma linguagem humana estabelece limites para o pensamento daqueles que a falam, portanto, uma língua pode até mesmo colocar restrições ao desenvolvimento das culturas que a utilizam . Se esta hipótese estiver correta, uma linguagem que poderia levantar essas restrições, reduzindo-os a um mínimo, deveria, assim, para libertar as mentes de seus falantes de seus antigos laços linguísticos, e que deve ter um efeito profundo, tanto no pensamento individual e em o desenvolvimento das culturas humanas.
Loglan é uma linguagem projetada para testar essa hipótese. Ela foi originalmente desenvolvida na década de 1950, e uma versão inicial foi descrita na revista Scientific American de Junho de 1960. Desde então, Loglan tem continuado a se desenvolver e expandir. Um dos objetivos para o seu desenvolvimento foi livrar a gramática de ambiguidades, e esse objetivo foi alcançado. Outro objetivo foi de áudio-visual isomórfico (o que significa que o fluxo de linguagem Loglan rompe-se automaticamente em cadeias totalmente pontuadas de palavras, e este foi parcialmente atingido.
Existem em qualquer caso, ambiguidades em Loglan como "sorvete" versus "Eu grito": limites da palavra Loglan sempre são claras. Além disso, grande parte da gramática Loglan é baseada no cálculo de predicados da lógica matemática moderna. Não se preocupe, você não tem que ser um matemático para saber Loglan, mas provavelmente você vai apreciar a clareza de pensamento que encoraja a sua gramática.
O vocabulário do Loglan abrange atualmente mais de dez mil palavras, e existem algoritmos (procedimentos passo a passo) para a geração de novos, quer através da combinação de palavras já existentes Loglan, ou por meio de empréstimos palavras das línguas naturais, nomeadamente do Comité Científico Internacional do Vocabulário. O vocabulário básico Loglan é formado por pouco mais do que mil palavras para conceitos comuns e foi escolhido para ser, tanto quanto possível culturalmente neutro, e ser tão facilmente revogável quão possível pelos oradores dos oito línguas naturais mais faladas: Inglês, chinês, hindu, russo, espanhol, francês, japonês e alemão.
A Libertação de Loglan das ambiguidades sintáticas a torna ideal para três usos computacionais:
1. o armazenamento e recuperação de informação internacionais;
2. tradução automática entre línguas naturais e
3. A próxima geração de computadores são propensas a usar linguagens como Loglan que permitirá que os computadores. Com isso, as máquinas entenderão o que seus usuários estão fazendo ou dizendo.
Sua clareza e ausência de preconceito cultural são apenas o que é necessário para consolidar a cooperação internacional. Isso deixa cada um de nós com uma língua materna que usaríamos para piadas, poesia e fazer amor. Um bônus adicional é que as nossas línguas maternas poderiam ser muito mais com base local: não só o inglês, mas o Liverpool Scouse, não apenas o alemão, mas o Hamburger Platt, e não apenas francês, mas o Occitan. Para manter a diversidade linguística e cultural, que consagre as línguas minoritárias e regionais poderiam ser tão importante, a longo prazo como a manutenção da diversidade da vida.
Uma coisa é certa: juntamente com todos esses papéis dignos e importantes que Loglan poderia desempenhar, é também um delicioso brinquedo lingüístico, uma lente com a qual a analisar o mundo estranho, mas inesperadamente rica que a sua utilização revela. A grande revolução morfológica ocorreu pouco antes da publicação da quarta edição do Loglan 1 (ver abaixo) em 1989.
Agora, porém, a estrutura da linguagem e dos procedimentos de empréstimos e combinando palavras são estáveis. Nenhuma outra alteração nessas áreas são esperadas. Isso não quer dizer que a linguagem não vai continuar a desenvolver: uma língua evidentemente, não está morta. Assim a gramática Loglan continuará a expandir-se, permitindo ao loglanistas falar e escrever cada vez mais de forma precisa e eficaz, e seu vocabulário também irá crescer indefinidamente, com novos conceitos, termos específicos, ou distinções que faremos ao longo do tempo dentro de suas antigas narrativas. Além de ser uma ferramenta de tradução, esperamos que Loglan venha a ser cada vez mais utilizado para a produção de obras originais: histórias, peças, ensaios, até mesmo um romance em andamento. Enquanto isso, aguardamos que os cientistas da computação forneçam um meio para que o entendedor Loglan possa construir sua própria representação do mundo, e assim se tornar o nosso interlocutor do silício, nos ajudando a educar, e assim ajudá-la a educar-nos. Objetivos distantes como vimos no último par de décadas, têm o hábito de aparecer em nossa porta, gritando, "Deixe-me entrar, eu estou aqui, eu estou pronto". Se esses objetivos e perspectivas de excitar e inspirar-lhe, aqui está o Instituto Loglan foi construído para lhe oferecer: um kit de ferramentas para facilitar o seu aprendizado e sua utilização sempre mais ampla do idioma.
*As oito línguas mais faladas quando Loglan foi criado, em 1959.
Mais informações sobre linguagem Loglan
Teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das propriedades dos conjuntos. Ela tem sua origem nos trabalhos do matemático russo Georg Cantor (1845?1918), e se baseia na idéia de definir conjunto porquê uma noção primitiva. Também chamada de teoria ingênua ou intuitiva devido à invenção de várias antinomias (ou paradoxos) relacionadas à definição de conjunto. Estas antinomias na teoria dos conjuntos conduziram a matemática a axiomatizar as teorias matemáticas, com influências profundas acerca a lógica e os fundamentos da matemática. Foi a partir desta teoria que se chegou ao noção de número transfinito, incluindo as classes numéricas dos cardinais e ordinais, estabelecendo a diferença entre estes dois conceitos que colocam novos problemas quando se referem a conjuntos infinitos. Os conceitos matemáticos inovadores propostos por Cantor enfrentaram uma resistência significativa por troço da comunidade matemática da estação. Os matemáticos modernos, por seu lado, aceitam plenamente o trabalho desenvolvido por Cantor na sua Teoria dos conjuntos, reconhecendo-a porquê uma mudança de paradigma da maior relevância.http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Cantor
Breves comentários acerca o surgimento da Lógica Simbólica e Teoria dos Conjuntos
Alguns historiadores creditam a Leibniz (1646-1716) a geração da Lógica Simbólica em 1680. Todavia, há controvérsias acerca a questão. Parece que antes de 1903, não foi publicado zero acerca o pensamento de Leibniz a saudação da Lógica Simbólica. Há hipóteses de que Lambert (1728-1777) e Boole (1815-1864) tenham sido direta ou indiretamente influenciados por Leibniz. O filósofo teutónico tinha porquê meta edificar uma linguagem universal (esta já havia surgido com Descartes (1596-1650) com o nome de Matemática Universal). A procura de uma linguagem universal, que substituísse o latim, foi uma tarefa empreendida por muitas pessoas no século XIX. Peano, por exemplo, trabalhou muito com a Interlíngua, motivado provavelmente por Leibniz. Esta meta foi perseguida também por Frege (1848-1925), no século XX, que repercutiu nas linguagens Loglan e na linguagem de computadores Prolog. Além da procura da linguagem universal, Leibniz propôs um Calculus ratiocinator, ou seja, um conta para raciocinar. Para isto, é evidente, era necessário o estabelecimento de um simbolismo propício, O operação simbólico de Leibniz foi motivado pelo indumento de que muitos conceitos eram compostos, eles eram coleções ou conjunções de outros conceitos mais simples. A simbologia de Leibniz incluía letras, linhas e círculos, que eram usados para simbolizar conceitos e suas relações. E por este motivo que sua lógica é chamada premeditado, e não extensional, já que seus termos representam propriedades ou conceitos em lugar de objetos que têm estas propriedades, O que Leibniz simbolizava por A B, podemos ortografar em notação moderna porquê A = B, isso significava que todos os conceitos compondo o concepção A também estavam no noção B e vice-versa. Outro exemplo que pode ser citado é a sua notação A B C, para indicar que o noção em A e aquele em B constituem totalmente o noção em C. Isto pode ser escrito, com a notação atual, da seguinte forma: A + B = C ou A B.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Cronograma de reuniões do GEPETEC para o segundo semestre de 2009
24/08 – 17 h - definição do calendário de atividades; 03/09 – 17h – reunião para discutir situação dos trabalhos que serão apresentados no X Seminário Internacional de Comunicação, marcado para ocorrer de 3 a 5 de novembro, em Porto Alegre;21/09 –17h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses;02/10 – 16h – Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses;19/10 – 17h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses; 06/11 – 16h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses; 16/11 – 17h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses; 11/12 – 16h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses; 21/12 – 17h - Apresentação do andamento de trabalhos de pesquisa de dissertação e teses/escolha do(a) novo(a) coordenador(a).
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Pierre Lévy profere aula inaugural na PUC em Porto Alegre
Foto: Fernando Cibelli de Castro
Um dos mais influentes pensadores da cibercultura,Pierre Lévy, proferiu a aula inaugural do segundo semestre de 2009 do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-RS, nesta segunda-feira, 24 de agosto. Siga aqui algumas contrbuições de integrantes do GEPETEC sobre o que Lévy anda dizendo sobre o espaço cibernético e as inteligências coletivas. Fernando Cibelli de Castro
"Quando eu escrevi em 1994 sobre o que seria web me chamaram de louco. Estamos na pré-história da inteligência coletiva. Nada aconteceu ainda”.
“Há uma inteligência coletiva das formigas e das abelhas, mas uma formiga ou uma abelha sozinha não é nada. No entanto, um formigueiro ou uma colmeia conseguem resolver problemas complexos. O que é inteligente no cérebro não é um neurônio, mas o conjunto dessas células interconectado em plena atividade”.
“A evolução cultural nos leva à evolução da técnica. A humanidade é cada vez mais capaz de produzir tecnologia na medida em que evolui. Para tanto temos de entender a evolução da cultura humana, das mídias. A comunicação ocorre por meio de símbolos, palavras escritas, linguagens diversas, notas musicais. O motor principal da evolução é a capacidade de manipular signos”.
“Todos os documentos da internet formam o banco de dados único do espaço cibernético”.
“A internet como espaço público tem apenas 15 anos. Nas novas gerações ela vai produzir novas instituições políticas, econômicas e novos sistemas de linguagem. O gargalo da mídia tradicional não existe mais que era a velha forma de relação entre emissor e receptor. Todo mundo pode emitir, receber, criticar, ser autor ou escritor, veicular imagens e músicas. Todos são bibliotecários de seus bancos de dados”.
“Não se pode entrar na rede sem compreender que ela é capaz de gerar uma nova moda a cada 15 dias”.
“Apesar de tudo há uma limitação para a inteligência coletiva. Eu falo, leio e escrevo em francês. Comunico também em inglês. Não falo português, mas entendo um pouco o que ouço e um pouco mais o que leio. Mas não entendo nada de chinês que é uma língua que representa mais de um bilhão de pessoas. Eu acesso a internet todos os dias e cada vez tem mais blog escrito na China. As linguagens não foram desenvolvidas para serem processadas automaticamente”.
“Na web semântica, as linguagens serão processadas automaticamente e compreendidas por qualquer pessoa independentemente da língua que fala. Essa será a evolução a partir de 2015”.
Pierre Lévy por Eduardo Ritter
- Em relação a publicação de seu livro “A inteligência coletiva”, em 1994, ele considera que hoje a inteligência coletiva é mais compreendida, no entanto, ainda estamos na pré-histórica dessa idéia.
- Após apresentar algumas das evoluções tecnológicas que marcaram a evolução da história humana (cultura oral, escrita, alfabeto, meios e ciberespaço) ele salientou um aspecto importante para ser pensado até nas relações de poder entre os países: quanto mais poderoso for esse país tecnologicamente, mais poderosa será a sua sociedade.
- Em escala digital, ainda não digerimos essa evolução, principalmente se pensarmos na idéia de manipulação simbólica. Para Levy, nas próximas gerações, devido a continuidade dessa evolução, inventaremos novas instituições políticas, econômicas e lingüísticas para explorar essas novas possibilidades.
- Por fim, outro ponto importante é que quanto mais condições de desenvolvimento dada para os indivíduos, como educação, condições de saúde, etc, mais capacidade haverá para o desenvolvimento coletivo e reflexivo.
Saindo da fala do Levy, pensando em termos de Brasil, esse último item mostra que estamos há anos-luz de outros países...
Um dos mais influentes pensadores da cibercultura,Pierre Lévy, proferiu a aula inaugural do segundo semestre de 2009 do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-RS, nesta segunda-feira, 24 de agosto. Siga aqui algumas contrbuições de integrantes do GEPETEC sobre o que Lévy anda dizendo sobre o espaço cibernético e as inteligências coletivas. Fernando Cibelli de Castro
"Quando eu escrevi em 1994 sobre o que seria web me chamaram de louco. Estamos na pré-história da inteligência coletiva. Nada aconteceu ainda”.
“Há uma inteligência coletiva das formigas e das abelhas, mas uma formiga ou uma abelha sozinha não é nada. No entanto, um formigueiro ou uma colmeia conseguem resolver problemas complexos. O que é inteligente no cérebro não é um neurônio, mas o conjunto dessas células interconectado em plena atividade”.
“A evolução cultural nos leva à evolução da técnica. A humanidade é cada vez mais capaz de produzir tecnologia na medida em que evolui. Para tanto temos de entender a evolução da cultura humana, das mídias. A comunicação ocorre por meio de símbolos, palavras escritas, linguagens diversas, notas musicais. O motor principal da evolução é a capacidade de manipular signos”.
“Todos os documentos da internet formam o banco de dados único do espaço cibernético”.
“A internet como espaço público tem apenas 15 anos. Nas novas gerações ela vai produzir novas instituições políticas, econômicas e novos sistemas de linguagem. O gargalo da mídia tradicional não existe mais que era a velha forma de relação entre emissor e receptor. Todo mundo pode emitir, receber, criticar, ser autor ou escritor, veicular imagens e músicas. Todos são bibliotecários de seus bancos de dados”.
“Não se pode entrar na rede sem compreender que ela é capaz de gerar uma nova moda a cada 15 dias”.
“Apesar de tudo há uma limitação para a inteligência coletiva. Eu falo, leio e escrevo em francês. Comunico também em inglês. Não falo português, mas entendo um pouco o que ouço e um pouco mais o que leio. Mas não entendo nada de chinês que é uma língua que representa mais de um bilhão de pessoas. Eu acesso a internet todos os dias e cada vez tem mais blog escrito na China. As linguagens não foram desenvolvidas para serem processadas automaticamente”.
“Na web semântica, as linguagens serão processadas automaticamente e compreendidas por qualquer pessoa independentemente da língua que fala. Essa será a evolução a partir de 2015”.
Pierre Lévy por Eduardo Ritter
- Em relação a publicação de seu livro “A inteligência coletiva”, em 1994, ele considera que hoje a inteligência coletiva é mais compreendida, no entanto, ainda estamos na pré-histórica dessa idéia.
- Após apresentar algumas das evoluções tecnológicas que marcaram a evolução da história humana (cultura oral, escrita, alfabeto, meios e ciberespaço) ele salientou um aspecto importante para ser pensado até nas relações de poder entre os países: quanto mais poderoso for esse país tecnologicamente, mais poderosa será a sua sociedade.
- Em escala digital, ainda não digerimos essa evolução, principalmente se pensarmos na idéia de manipulação simbólica. Para Levy, nas próximas gerações, devido a continuidade dessa evolução, inventaremos novas instituições políticas, econômicas e lingüísticas para explorar essas novas possibilidades.
- Por fim, outro ponto importante é que quanto mais condições de desenvolvimento dada para os indivíduos, como educação, condições de saúde, etc, mais capacidade haverá para o desenvolvimento coletivo e reflexivo.
Saindo da fala do Levy, pensando em termos de Brasil, esse último item mostra que estamos há anos-luz de outros países...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
O cinema industrial no Rio Grande do Sul: filmes de longa-metragem entre 1997 e 2007
RESUMO
Por Mariângela Machado
A dissertação O cinema industrial no Rio Grande do Sul: filmes de longa-metragem entre 1997 e 2007 busca compreender a realidade da produção cinematográfica da região a partir desta safra de filmes, voltados ao circuito comercial. O estudo pretende analisar a posição ocupada pela cinematografia do Estado no cenário nacional, marcado por dificuldades de financiamento e de desempenho no mercado exibidor, localizado no contexto mundial das grandes transformações decorrentes da sociedade da informação e do processo de globalização. E, finalmente, averiguar as condições para a sedimentação de uma indústria audiovisual no Estado: as principais barreiras e os possíveis avanços nesta direção.
Palavras-chave: cinema nacional; cinema hegemônico; indústria audiovisual; Rio Grande do Sul.
Por Mariângela Machado
A dissertação O cinema industrial no Rio Grande do Sul: filmes de longa-metragem entre 1997 e 2007 busca compreender a realidade da produção cinematográfica da região a partir desta safra de filmes, voltados ao circuito comercial. O estudo pretende analisar a posição ocupada pela cinematografia do Estado no cenário nacional, marcado por dificuldades de financiamento e de desempenho no mercado exibidor, localizado no contexto mundial das grandes transformações decorrentes da sociedade da informação e do processo de globalização. E, finalmente, averiguar as condições para a sedimentação de uma indústria audiovisual no Estado: as principais barreiras e os possíveis avanços nesta direção.
Palavras-chave: cinema nacional; cinema hegemônico; indústria audiovisual; Rio Grande do Sul.
A estrutura linguageira utilizada nas placas de obras da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Será que o povo entende ?
Prof. Sérgio Trein - Doutorando PPGCOM PUCRS, Professor na UNISINOS
As administrações públicas municipais, estaduais e federais, em geral, costumam adotar nomes técnicos para os seus programas sociais. É até natural que estes programas, para serem aprovados e executados, precisem de um projeto de viabilidade técnica, pois passam pelo aval de profissionais especializados. Porém, na grande maioria das vezes, estes nomes acabam sendo publicizados, como uma maneira de informar uma população que não tem domínio deste vocabulário e nem utilizam tais expressões no seu dia-a-dia. O objetivo desta pesquisa, portanto, é o de tentar compreender como é o processo de produção das mensagens nas placas de obras da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; estudar, também, os possíveis modos de interpretação destas mensagens; e, por fim, verificar se a população porto-alegrense compreende estas mensagens. Afinal de contas, a compreensão destas mensagens incide diretamente na formação de imagem da gestão municipal e na avaliação se a prefeitura está ou não cumprindo o seu papel no contrato social.
domingo, 28 de junho de 2009
"Todas as notícias do rádio informativo são retóricas”
Foto: Fernando Cibelli de Castro
Klöckner em entrevista ao GEPETEC
Por Fábio Rausch – Jornalista, mestrando em Comunicação Social pela Famecos-PUCRS e membro do GEPETEC
Confiante no caráter retórico das notícias veiculadas nas rádios que classifica como informativas, o jornalista e professor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, Luciano Klöckner, acredita que, inclusive, na previsão do tempo existem aspectos de convencimento. “Só o fato de informar se vai chover ou fazer sol já implica alterar a rotina do cidadão, pois ele acaba escolhendo outras roupas para vestir, por exemplo”. Na palestra promovida pelo GEPETEC, no último dia 8 de junho, na Famecos, o professor também comentou sobre as metodologias utilizadas no seu trabalho de pós-doutorado, que está em vias de concluir. Klöckner aproveitou, ainda, para estimular profissionais de veículos de comunicação a se interessarem pela pesquisa acadêmica. Citou como exemplo o olhar mais crítico que formulou com relação ao programa radiofônico “O Repórter Esso”, que o motivou a lançar o livro “O Repórter Esso – A síntese radiofônica mundial que fez história”, pela editora AGE, em 2008. Depois da sua palestra, ele concedeu esta entrevista:
Fábio Rausch – Qual é a importância de se fazer um curso de pós-graduação, no caso daqueles jornalistas que trabalham em veículos de comunicação?
Luciano Klöckner – Os profissionais de veículos demonstram muito interesse em se aprofundar em questões de pesquisa. Foi, casualmente, o que eu imaginei para mim. Trabalhei em várias emissoras de rádio: a Difusora (hoje é a Bandeirantes), a Gaúcha, a Guaíba (pouco tempo). Depois de acumular essa experiência, passou a me interessar a questão do aprofundamento da pesquisa. Primeiramente, trabalhei com o “Repórter Esso”, um dos meus objetos de pesquisa, que, depois, se transformou num grande objeto. Agora estou fazendo pós-doutorado e comparando duas rádios informativas. É uma questão que me interessa bastante. Estou analisando a presença da retórica nas notícias divulgadas. No “Repórter Esso”, analisei a questão da ideologia, da globalização, como esta notícia era praticada no Brasil. Ela começou nos Estados Unidos, com o formato atual do lead. É a notícia com sujeito, verbo e complemento. Hoje, eu procuro estudar, um pouco mais, o conteúdo, ou seja, se essa notícia, de alguma maneira, exerce todo o potencial retórico, que é, justamente, a questão da persuasão e do convencimento. Desse modo, tento alcançar avanços em relação aos estudos já realizados com o “Repórter Esso”.
Rausch – Dos resultados que você alcançou, quais podem contribuir para quem estuda, especificamente, o rádio, tanto na graduação quanto na pós-graduação?
Klöckner – No caso do “Repórter Esso”, lancei um livro de reinterpretações, cujo trabalho foi facilitado pela metodologia da hermenêutica de profundidade, que indica as formas de se reinterpretar um objeto. Neste caso, havia a idéia inicial baseada no fato de todo mundo achar o “Repórter Esso” o máximo. Esse noticiário nunca foi questionado. Eu também sempre me baseava naquele ícone do programa. Por isso, fiz uma reinterpretação das notícias veiculadas na época, tendo comparações teóricas e metodológicas. No caso de agora, da retórica propriamente dita, estou utilizando um quadro metodológico criado por mim, para aplicar nessas notícias e tentar ver quais apresentam a retórica. Tenho notado que, no caso das rádios informativas, que são referência para a informação, o entretenimento é eventual. A CBN não toca música, mas a TSF, de Portugal, sim. As duas fazem esporte. Ou seja, acabam realizando entretenimento. Não é notícia pura, se levarmos em conta a forma definida e convencionada pelo Juarez Bahia e pelo Nelson Traquina. Então, dentro do rádio informativo, vejo que todas as espécies de notícias dos programas são retóricas. Elas procuram convencer de alguma maneira. Essas são as primeiras conclusões do trabalho em andamento, que já está em fase de redação final.
Rausch – Você destacou, ao longo da sua palestra, que, às vezes, uma questão banal como a previsão do tempo já apresenta, mesmo que implicitamente, algum fator retórico de persuasão e convencimento. Como se dá a percepção dessas minúcias, que, muitas vezes, na publicidade, são classificadas de acordo com critérios de linguagem subliminar?
Klöckner – É justamente isso. O professor Eduardo Meditsch me ajudou muito nesse trabalho, porque, inclusive, me serviu como base a pesquisa que ele realizou em Portugal, anos atrás, usando, também, a TSF. No meu caso, foi uma pura coincidência, porque eu quase optei por outra emissora de rádio. Mas essa questão do conteúdo, muitas vezes, é como tu disseste. Às vezes, a gente não percebe mesmo. No quadro metodológico, existem níveis, com escalas. Neste caso, preferi utilizar um conceito, um grau de medição. Eu mesmo criei este método, que faz a medição do conteúdo retórico da seguinte forma: fraco; nem fraco nem forte; e muito forte. Nos primeiros testes, a metodologia funcionou bem. No futuro, talvez, poderão ser necessárias algumas adaptações nas escalas que eu determinei e nos estudos, porque a retórica não é estudada em um ano ou dois. Pelo contrário, faz-se necessário estudá-la bastante, para conseguir uma boa compreensão.
Rausch – Qual é o mérito das diferenças entre a rádio que você considerou como sendo essencialmente informativa e as de talking news?
Klöckner – A rádio talking news é a que apresenta muitas notícias e entrevistas. Se tu fores comparar a Rádio Gaúcha com a CBN, no perfil de emissoras como a última, tu vais notar blocos muito definidos: a cada 15 minutos ou a cada meia hora, a programação se repete, em rodízio informações. Há situação do trânsito, previsão do tempo, pequena entrevista, o repórter dando uma informação. Então, essa programação acontece em fluxo contínuo. Dessa forma, o ouvinte pensa: “Que sorte! Peguei a previsão do tempo justamente quando eu queria”. Mas não é coincidência. Faz parte da programação essa linha repetitiva. Em alguns horários, o rodízio informativo chega a ser ainda mais rápido. Sabendo desses detalhes, as rádios de referência informativa fazem trabalhos assim com muita freqüência.
Klöckner em entrevista ao GEPETEC
Por Fábio Rausch – Jornalista, mestrando em Comunicação Social pela Famecos-PUCRS e membro do GEPETEC
Confiante no caráter retórico das notícias veiculadas nas rádios que classifica como informativas, o jornalista e professor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, Luciano Klöckner, acredita que, inclusive, na previsão do tempo existem aspectos de convencimento. “Só o fato de informar se vai chover ou fazer sol já implica alterar a rotina do cidadão, pois ele acaba escolhendo outras roupas para vestir, por exemplo”. Na palestra promovida pelo GEPETEC, no último dia 8 de junho, na Famecos, o professor também comentou sobre as metodologias utilizadas no seu trabalho de pós-doutorado, que está em vias de concluir. Klöckner aproveitou, ainda, para estimular profissionais de veículos de comunicação a se interessarem pela pesquisa acadêmica. Citou como exemplo o olhar mais crítico que formulou com relação ao programa radiofônico “O Repórter Esso”, que o motivou a lançar o livro “O Repórter Esso – A síntese radiofônica mundial que fez história”, pela editora AGE, em 2008. Depois da sua palestra, ele concedeu esta entrevista:
Fábio Rausch – Qual é a importância de se fazer um curso de pós-graduação, no caso daqueles jornalistas que trabalham em veículos de comunicação?
Luciano Klöckner – Os profissionais de veículos demonstram muito interesse em se aprofundar em questões de pesquisa. Foi, casualmente, o que eu imaginei para mim. Trabalhei em várias emissoras de rádio: a Difusora (hoje é a Bandeirantes), a Gaúcha, a Guaíba (pouco tempo). Depois de acumular essa experiência, passou a me interessar a questão do aprofundamento da pesquisa. Primeiramente, trabalhei com o “Repórter Esso”, um dos meus objetos de pesquisa, que, depois, se transformou num grande objeto. Agora estou fazendo pós-doutorado e comparando duas rádios informativas. É uma questão que me interessa bastante. Estou analisando a presença da retórica nas notícias divulgadas. No “Repórter Esso”, analisei a questão da ideologia, da globalização, como esta notícia era praticada no Brasil. Ela começou nos Estados Unidos, com o formato atual do lead. É a notícia com sujeito, verbo e complemento. Hoje, eu procuro estudar, um pouco mais, o conteúdo, ou seja, se essa notícia, de alguma maneira, exerce todo o potencial retórico, que é, justamente, a questão da persuasão e do convencimento. Desse modo, tento alcançar avanços em relação aos estudos já realizados com o “Repórter Esso”.
Rausch – Dos resultados que você alcançou, quais podem contribuir para quem estuda, especificamente, o rádio, tanto na graduação quanto na pós-graduação?
Klöckner – No caso do “Repórter Esso”, lancei um livro de reinterpretações, cujo trabalho foi facilitado pela metodologia da hermenêutica de profundidade, que indica as formas de se reinterpretar um objeto. Neste caso, havia a idéia inicial baseada no fato de todo mundo achar o “Repórter Esso” o máximo. Esse noticiário nunca foi questionado. Eu também sempre me baseava naquele ícone do programa. Por isso, fiz uma reinterpretação das notícias veiculadas na época, tendo comparações teóricas e metodológicas. No caso de agora, da retórica propriamente dita, estou utilizando um quadro metodológico criado por mim, para aplicar nessas notícias e tentar ver quais apresentam a retórica. Tenho notado que, no caso das rádios informativas, que são referência para a informação, o entretenimento é eventual. A CBN não toca música, mas a TSF, de Portugal, sim. As duas fazem esporte. Ou seja, acabam realizando entretenimento. Não é notícia pura, se levarmos em conta a forma definida e convencionada pelo Juarez Bahia e pelo Nelson Traquina. Então, dentro do rádio informativo, vejo que todas as espécies de notícias dos programas são retóricas. Elas procuram convencer de alguma maneira. Essas são as primeiras conclusões do trabalho em andamento, que já está em fase de redação final.
Rausch – Você destacou, ao longo da sua palestra, que, às vezes, uma questão banal como a previsão do tempo já apresenta, mesmo que implicitamente, algum fator retórico de persuasão e convencimento. Como se dá a percepção dessas minúcias, que, muitas vezes, na publicidade, são classificadas de acordo com critérios de linguagem subliminar?
Klöckner – É justamente isso. O professor Eduardo Meditsch me ajudou muito nesse trabalho, porque, inclusive, me serviu como base a pesquisa que ele realizou em Portugal, anos atrás, usando, também, a TSF. No meu caso, foi uma pura coincidência, porque eu quase optei por outra emissora de rádio. Mas essa questão do conteúdo, muitas vezes, é como tu disseste. Às vezes, a gente não percebe mesmo. No quadro metodológico, existem níveis, com escalas. Neste caso, preferi utilizar um conceito, um grau de medição. Eu mesmo criei este método, que faz a medição do conteúdo retórico da seguinte forma: fraco; nem fraco nem forte; e muito forte. Nos primeiros testes, a metodologia funcionou bem. No futuro, talvez, poderão ser necessárias algumas adaptações nas escalas que eu determinei e nos estudos, porque a retórica não é estudada em um ano ou dois. Pelo contrário, faz-se necessário estudá-la bastante, para conseguir uma boa compreensão.
Rausch – Qual é o mérito das diferenças entre a rádio que você considerou como sendo essencialmente informativa e as de talking news?
Klöckner – A rádio talking news é a que apresenta muitas notícias e entrevistas. Se tu fores comparar a Rádio Gaúcha com a CBN, no perfil de emissoras como a última, tu vais notar blocos muito definidos: a cada 15 minutos ou a cada meia hora, a programação se repete, em rodízio informações. Há situação do trânsito, previsão do tempo, pequena entrevista, o repórter dando uma informação. Então, essa programação acontece em fluxo contínuo. Dessa forma, o ouvinte pensa: “Que sorte! Peguei a previsão do tempo justamente quando eu queria”. Mas não é coincidência. Faz parte da programação essa linha repetitiva. Em alguns horários, o rodízio informativo chega a ser ainda mais rápido. Sabendo desses detalhes, as rádios de referência informativa fazem trabalhos assim com muita freqüência.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Érico Verissimo e Jornalismo: a hipótese da Espiral do Silêncio em Incidente em Antares
Por Eduardo Ritter-integrante do GEPETEC
Resumo: Este estudo trabalha em três perspectivas: a utilização de personagens-jornalistas nos romances de Erico Verissimo, a significativa atuação desse escritor no jornalismo e a hipótese da Espiral do Silêncio na obra Incidente em Antares. Acreditamos que esses três itens estão interligados. Como escritor, Erico Verissimo utiliza 24 personagens-jornalistas em seus 13 romances. O resultado disso é a forma como ele exemplifica a influência da mídia na sociedade, que fica clara em Incidente em Antares, obra que conta com muitas características mencionadas na hipótese da Espiral do Silêncio.
Palavras-chave: Jornalismo, Literatura, História, Comunicação, Espiral do Silêncio
Para ler na íntegra clique aqui
Resumo: Este estudo trabalha em três perspectivas: a utilização de personagens-jornalistas nos romances de Erico Verissimo, a significativa atuação desse escritor no jornalismo e a hipótese da Espiral do Silêncio na obra Incidente em Antares. Acreditamos que esses três itens estão interligados. Como escritor, Erico Verissimo utiliza 24 personagens-jornalistas em seus 13 romances. O resultado disso é a forma como ele exemplifica a influência da mídia na sociedade, que fica clara em Incidente em Antares, obra que conta com muitas características mencionadas na hipótese da Espiral do Silêncio.
Palavras-chave: Jornalismo, Literatura, História, Comunicação, Espiral do Silêncio
Para ler na íntegra clique aqui
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Jornal A Federação, o difusor da propaganda republicana gaúcha
Fábio Rausch
Antonio Hohlfeldt
Resumo
Na próxima sexta-feira, 26 de junho, o integrante do GEPETEC, Fabio Rausch apresenta este trabalho na reunião do grupo marcada para as 19h, na sala 316 do PPGCOM da PUC-RS (Faculdade dos Meios de Comunicação Social). Abaixo o resumo com link para o texto completo.
Este trabalho consiste em um estudo acerca da propaganda política praticada na imprensa do Partido Republicano Rio-Grandense, através do jornal A Federação. A prática publicística remonta às primeiras experiências desenvolvidas pelo jornalismo inglês e o francês, no século XVIII, em que personalidades sociais lançam mão de jornais ou revistas, para difundir programas ideológicos de interesse, primeiro, de grupos partidários, depois, de partidos constituídos, de modo a influenciar a opinião pública, ou até conquistar o próprio poder vigente. O publicista Júlio de Castilhos vai denunciar os “sofismas liberais”, então apregoados pelos partidos do Império de D. Pedro II, visando instalar a república.
Para download PDF
Antonio Hohlfeldt
Resumo
Na próxima sexta-feira, 26 de junho, o integrante do GEPETEC, Fabio Rausch apresenta este trabalho na reunião do grupo marcada para as 19h, na sala 316 do PPGCOM da PUC-RS (Faculdade dos Meios de Comunicação Social). Abaixo o resumo com link para o texto completo.
Este trabalho consiste em um estudo acerca da propaganda política praticada na imprensa do Partido Republicano Rio-Grandense, através do jornal A Federação. A prática publicística remonta às primeiras experiências desenvolvidas pelo jornalismo inglês e o francês, no século XVIII, em que personalidades sociais lançam mão de jornais ou revistas, para difundir programas ideológicos de interesse, primeiro, de grupos partidários, depois, de partidos constituídos, de modo a influenciar a opinião pública, ou até conquistar o próprio poder vigente. O publicista Júlio de Castilhos vai denunciar os “sofismas liberais”, então apregoados pelos partidos do Império de D. Pedro II, visando instalar a república.
Para download PDF
segunda-feira, 15 de junho de 2009
GPJOR PROMOVE SEMINÁRIO ABERTO DE JORNALISMO
O GPJor – Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo, vinculado à linha de pesquisa Linguagem e Práticas Jornalísticas, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da UNISINOS, promove no dia 23 de junho o 3º Seminário Aberto de Jornalismo. Sob o tema ‘Jornalismo e Cidadania: tecnologias, conteúdos e atores’, o evento se propõe a debater questões que tangenciam a mobilização por políticas públicas de comunicação que em dezembro culminará na realização da Confecom – Conferência Nacional de Comunicação.
A iniciativa contempla a abordagem ampla do tema, desde o uso da mídia por movimentos e organizações sociais, passando pelo debate acerca das produções colaborativas que chamam para um jornalismo participativo. Nesta etapa, o Seminário Aberto de Jornalismo contará com a participação dos mestrandos do PPGCC/UNISINOS Daniel Cassol, Grace Bender Azambuja, Maria Joana Chaise e Vera Martins, todos integrantes do GPJor, cujas pesquisas tratam destas questões.
Também será contemplado o debate sobre 'Relações entre pesquisa acadêmica e movimentos sociais', pela professora Christa Berger, integrante do Grupo, e a discussão 'Sociedade Civil e a Conferência Nacional de Comunicação', a cargo do professor da UNISINOS Pedro Osório, secretário executivo do FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Por meio deste evento, o GPJor se propõe ao debate de temas essenciais da comunicação, que serão ampliados na Conferência Nacional da área.
Inscrições
O 3º Seminário Aberto de Jornalismo será realizado na Sala 3A108, na UNISINOS, a partir das 14h. A participação vale horas complementares para os estudantes de Graduação da UNISINOS. Inscrições na Central de Relacionamento da UNISINOS. Informações pelo e-mail estudosemjornalismo@gmail..com ou no blog http://gpestudosemjornalismo.blogspot.com
A iniciativa contempla a abordagem ampla do tema, desde o uso da mídia por movimentos e organizações sociais, passando pelo debate acerca das produções colaborativas que chamam para um jornalismo participativo. Nesta etapa, o Seminário Aberto de Jornalismo contará com a participação dos mestrandos do PPGCC/UNISINOS Daniel Cassol, Grace Bender Azambuja, Maria Joana Chaise e Vera Martins, todos integrantes do GPJor, cujas pesquisas tratam destas questões.
Também será contemplado o debate sobre 'Relações entre pesquisa acadêmica e movimentos sociais', pela professora Christa Berger, integrante do Grupo, e a discussão 'Sociedade Civil e a Conferência Nacional de Comunicação', a cargo do professor da UNISINOS Pedro Osório, secretário executivo do FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Por meio deste evento, o GPJor se propõe ao debate de temas essenciais da comunicação, que serão ampliados na Conferência Nacional da área.
Inscrições
O 3º Seminário Aberto de Jornalismo será realizado na Sala 3A108, na UNISINOS, a partir das 14h. A participação vale horas complementares para os estudantes de Graduação da UNISINOS. Inscrições na Central de Relacionamento da UNISINOS. Informações pelo e-mail estudosemjornalismo@gmail..com ou no blog http://gpestudosemjornalismo.blogspot.com
sábado, 13 de junho de 2009
Uma pesquisa estimulante
Quando comecei a trabalhar em rádio, em março de 2002, ao mesmo tempo em que iniciava a graduação em Jornalismo, lembro que um colega emprestou-me o livro A Notícia na Rádio Gaúcha, do então coordenador de Jornalismo da emissora e mestrando, Luciano Klöckner. Recordo que foi por meio desse livro que comecei a desenvolver minha paixão por rádio. No entanto, após minha vida profissional e acadêmica tomar outros rumos (com dedicação mais voltada para o jornal impresso e para a Literatura), sete anos depois, tive a oportunidade de acompanhar o agora pós-doutorando professor Luciano falar não só sobre a sua dissertação de mestrado, que na época estava em andamento, mas também da sua tese de doutorado e de seu trabalho atual no pós-doutorado, durante palestra promovida pelo GEPETEC, no dia 8.
Acompanhei a fala do professor com a mesma atenção e entusiasmo com que li o livro O Repórter Esso, resultado de sua tese de doutorado e de uma pesquisa que durou mais de 10 anos. Considerei a fala dele estimulante para todos, principalmente para aqueles que, como eu, estão ingressando no mestrado agora. A gente entra com mil idéias, cheios de gás, mas assim que vamos trabalhando nas disciplinas e na dissertação, também vemos o tempo passar, e num piscar de olhos o semestre está terminando, e ficamos com a sensação de que apesar de todo o esforço, ainda ficou muito por fazer. E eu senti isso também na fala do professor Luciano, que está no meio acadêmico há bastante tempo, que já pesquisou muito, mas que deixou claro que ainda tem muito para ser pesquisado.
Além disso, fiquei com a impressão de que para aqueles que foram na palestra, tudo o que foi dito foi muito enriquecedor. E para aqueles que não puderam comparecer, fica a sugestão de leitura: O Repórter Esso – A síntese Radiofônica Mundial que fez história, do professor Dr. Luciano Klöckner.
Eduardo Ritter – jornalista, mestrando e integrante do GEPETEC.
Acompanhei a fala do professor com a mesma atenção e entusiasmo com que li o livro O Repórter Esso, resultado de sua tese de doutorado e de uma pesquisa que durou mais de 10 anos. Considerei a fala dele estimulante para todos, principalmente para aqueles que, como eu, estão ingressando no mestrado agora. A gente entra com mil idéias, cheios de gás, mas assim que vamos trabalhando nas disciplinas e na dissertação, também vemos o tempo passar, e num piscar de olhos o semestre está terminando, e ficamos com a sensação de que apesar de todo o esforço, ainda ficou muito por fazer. E eu senti isso também na fala do professor Luciano, que está no meio acadêmico há bastante tempo, que já pesquisou muito, mas que deixou claro que ainda tem muito para ser pesquisado.
Além disso, fiquei com a impressão de que para aqueles que foram na palestra, tudo o que foi dito foi muito enriquecedor. E para aqueles que não puderam comparecer, fica a sugestão de leitura: O Repórter Esso – A síntese Radiofônica Mundial que fez história, do professor Dr. Luciano Klöckner.
Eduardo Ritter – jornalista, mestrando e integrante do GEPETEC.
Palestra Internacional no PPGCOM da PUC-RS
O Grupo de Estudos sobre Imaginário, Sociedade e Cultura e o PPGCom da Famecos trazem quinta-feira, dia 30, Alan West-Durán, professor de cultura e literatura latino-americana e caribenha da Universidade de Northeastern na cidade de Boston. Nascido em Cuba e criado em Porto Rico, West-Durán sempre demonstrou em sua trajetória como pesquisador, poeta, tradutor e crítico sua origem caribenha com diversos livros sobre a cultura latina. Radicado nos Estados Unidos, com doutorado em línguas e literatura latino-americana e brasileira, o professor versará sobre sua atual pesquisa que tem como tema a religião afro-cubana Regla de Ocho, e o uso dos espaços na transformação do cotidiano para o sagrado.
A morte do jornalismo televisivo: uma análise da cobertura do Jornal Nacional ao caso do vôo 2054 da TAM
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar o tratamento dado à morte na cobertura do telejornal brasileiro Jornal Nacional, apresentado pela Rede Globo de Televisão, ao acidente com o vôo 3054 da TAM, ocorrido em São Paulo (Brasil), no dia 17 de julho de 2007. No acidente morreram cerca de 200 pessoas. Também observamos como o JN abordou questões ligadas à tragédia, como a ênfase às dimensões destruidoras do acidente, a exaltação das emoções e do sofrimento dos parentes das vítimas e da sociedade, a reação das testemunhas do ocorrido, o acompanhamento do processo de reconhecimento dos corpos das vítimas e possíveis explicações para a ocorrência do caso. Tomamos como objeto de estudos a edição do telejornal que foi ao ar no dia 18 de julho de 2007. O estudo tem como bases teóricas reflexões sobre o campo jornalístico, que são embasadas por autores como Pierre Bourdieu e Nelson Traquina, e discussões sobre acontecimento jornalístico, com bases em Adriane Duarte Rodrigues. Apresentamos, também, reflexões sobre a morte e sobre a sua presença contundente nos meios de comunicação. Nelson Traquina aponta que a morte é um valor-notícia importante para o jornalismo. A morte é um tema com diversas interpretações, as quais estão muito ligadas com cada cultura. Como a morte é um tema bastante polêmico, pode-se dizer que a cobertura do Jornal Nacional ao acidente com o avião da TAM se deu de forma simplista, sem nenhuma preocupação com os espectadores e com as famílias das vítimas que foram expostas no ar.
TV X Internet na visão de Dominique Wolton
“A comunicação é o cerne de modernidade, isto é, inseparável deste lento movimento de emancipação do indivíduo...” (WOLTON – Sulina 2007, p 10) primeiro aspecto: ele pontua que sua pesquisa visa diferenciar objetivamente as chamadas mídias generalistas ou tradicionais (a TV e o rádio) das novas tecnologias, notadamente, a convergência tecnológica, a qual culminou com o surgimento da web. Para Wolton, sua pesquisa está calcada em uma Teoria da Comunicação em que os aspectos sociais devem necessariamente sobrepujar o paradigma tecnológico, que para ele, Wolron, não tem
como funcionar como carro-chefe na superação das mazelas sociais.
Nesse sentido, Wolton considera inoportuna e equivocada a corrente de pensamento que coloca os avanços tecnológicos protagonizados pelas novas formas de produção de informação por meio da fusão da informática com a telecomunicação, notadamente a internet, como elemento-chave dos avanços econômicos e sociais. Para tanto, Wolton lança o desafio em favor de uma compreensão sobre o que ele define como “estatuto da comunicação”. A primeira provocação é a seguinte: se a comunicação é um tema antigo da humanidade, à luz do progresso tecnológico, a explosão das técnicas modificou a natureza desse estatuto.
O avanço tecnológico e sua capacidade de transformar as regras da comunicação inquieta ainda mais Wolton. Então ele relaciona uma série de questionamentos: a evolução tecnológica é capaz de revolucionar o conteúdo da informação e da comunicação da mesma forma como ocorreu na invenção dos tipos móveis e da imprensa?
Se o estatuto da comunicação como aponta Wolton é a maneira como os homens se comunicam e se a comunicação se entrelaça, com os demais processos de desenvolvimento, ele repele ou tenta desencorajar a tese de que a mola propulsora do processo social seja a tecnologia. Qualifica de ‘tecnicistas’ aqueles que comungam dessa visão e duvida do poder e potência das tecnologias para produzir alterações nesse processo contínuo, o qual demarca o surgimento da modernidade. Outra provocação; a internet é superior a televisão?
Aliás, esse é o objeto principal diagnosticado em “Internet e Depois”. A internet é uma mídia de massa? Wolton responde que não. Esse é o campo do rádio e da TV, das denominadas mídias generalistas. A convergência tecnológica permite que o computador, faça às vezes do jornal, da TV, do rádio, da biblioteca. Substitui o telefone. Porém cria um paradoxo ao transformar o receptor em portador da mensagem, no debulhador da informação que será agora acessada na troca de endereços de URL, de FTP e protocolo IP. A troca de papéis entre codificador e decodificador parece igualmente produzir inquietação. A formatação desse debate incomoda Wolton.
Ele adverte que existe uma opinião do conhecimento controlada por três segmentos: os empreendedores, os jornalistas e os políticos. Com isso, surge um desafio teórico no sentido desmanchar esse oligopólio, pois nenhum desses campos está interessado em conduzir uma reflexão sobre a comunicação a partir de uma lógica do conhecimento (WOLTON-2007, p.13).
Como inexiste espaço para os demais atores sociais, Wolton provoca em tom de apelo para que não tentem fazer os pesquisadores sociais pensarem a partir da lógica dos empresários. Esse é um ponto fundamental. Para Wolton, a academia deve promover o debate de maneira independente. “Em todo caso que não se peça para um pesquisador pensar como um empresário, político ou jornalista”.
Wolton não teme ser qualificado como integrante da vertente de tecnofóbica ao reconhecer que no atual momento do debate acadêmico provavelmente esteja reunido numa corrente minoritária. Aquela que afirma que a tecnologia não é o elemento essencial da comunicação. O alicerce da comunicação em Wolton são as características culturais e os aspectos sociais. A tecnologia, sobretudo a de última geração, é coadjuvante do conhecimento.
Com efeito, ele sinaliza os três objetivos principais contidos em “Internet e Depois”: contribuir para uma revalorização da Teoria da Comunicação; defender a televisão como mídia essencial na preservação da democracia; acionar o alarme para a Europa, “Berço da teoria da comunicação” e para ele no momento, atravessando uma crise de identidade, a qual conduz o Velho Continente para a trilha do modelo comunicacional, produzido pela indústria cultural montada nos Estados Unidos. Wolton defende a regulamentação da informação e da comunicação. Afirma não ser possível construir um espaço democrático para a comunicação de massa por meio de uma desregulamentação completa do sistema. Na sua visão, a comunicação sem intermediários do presente pode ser o combustível de conflitos do futuro. A Europa será assimilada pelos Estados Unidos, se não houver uma ruptura com relação ao rumo agora dotado. “Não há dúvida de que, amanhã, a comunicação ‘mundializada’ será fator de conflitos, como o foram as matérias-primas, as colônias e o petróleo, desde cento e cinqüenta anos atrás”. (WOLTON-2007, p. 20).
Diante do exposto o estatuto da comunicação pressupõe uma ruptura com a idéia de desregulamentação e impõe a contrapartida de uma regulamentação contra “a tirania das novas tecnologias”. Em outras palavras Wolton, critica aqueles que fazem uso de argumentos tecnológicos e desprezam a importância da comunicação como ciência social aplicada.
Ele pontua: “Até agora, aliás, a grande maioria das teorias políticas, inclusive as mais democráticas tem notavelmente ignorado a problemática da comunicação. Todos esse debate não pode ser visto como um ataque à liberdade, mas como proteção da mesma”. (WOLTON-2007, p. 22). “Internet e Depois” conduz o leitor a um debate teórico, com o qual o autor produz uma demarcação histórica no “coração da modernidade”. Todos os eventos tecnológicos neste aspecto notadamente causam impacto. Se a internet produz o frisson da segunda metade do século XX até os primeiros anos da linha centenária que começa, rupturas importantes foram verificadas por ocasião do aparecimento do telefone, do rádio e da televisão.
Não foi diferente nos séculos anteriores com o aparecimento da imprensa e da consolidação do jornal como precursor dos meios de comunicação de massa. A especificidade das tecnologias do século XX, está relacionada com sua capacidade em transmitir som e imagem por meio físico ou por ondas magnéticas, as quais viajam no espaço e alteram nossa percepção do tempo. A difusão dos meios de comunicação de massa, nesse sentido, se combina claramente com a confirmação do sufrágio universal como recurso político capaz de consolidar o estado democrático de direito. (WOLTON-2007 p, 31).
Internet e Depois proclama um paradoxo estrutural para comunicação. Ainda que tenha funcionado como mola propulsora de avanços, sua importância não conquistou a legitimidade alcançada por outras ciências humanas e proclama que por conta dos defensores da web as mídias de massa são o alvo fácil de seus detratores e de toda a forma de manipulação. Ao passo que atravessamos um período histórico dominado pela “má comunicação”. (WOLTON-2007, p. 38). De tal maneira que ergueu-se no tecido social uma resistência coletiva em reconhecer o lugar, a importância e a emergência da teoria da comunicação, pontuada por Wolton em dez razões.
1) o mito da onipotência e da manipulação, o qual atingiu a imprensa do século XIX; 2) A dificuldade de análise em que o ponto de partida é complexidade intrínseca de se compreender a fenomenologia entre emissor, mensagem e receptor, já que a cada nova técnica surge um discurso novo para demarcar esse entrelaçamento entre os três elementos básicos da comunicação; 3) não existe uma vontade coletiva de entender essas mutações; 4) há uma idéia de onipresença da tecnologia; 5) É perceptível a resistência intelectual com relação ao surgimento das mídias generalistas, notadamente o rádio e a televisão, as quais provocaram o avanço da cultura de massa; 6) dificuldade teórica de agregar as questões de natureza psicológica, filosófica e literária, associadas comunicação clássica e os efeitos provocado nessas, pelas novas tecnologias; 7) Dificuldade de entender a impossibilidade de produção de um processo comunicacional neutro; 8) demanda fraca por conhecimento por parte do tecido social; 9) a amplitude da união das elites, dos políticos e dos jornalistas em torno das novas tecnologias; 10) A mais forte das resistências fica por conta do público, capaz de formar sua opinião e de manter sua característica de fidelidade ao processo social proporcionado pela televisão e passando por cima da análise produzida no campo das elites. (WOLTON-2007, p. 51, 52, 53).
Entusiasmado com os efeitos que a televisão pode proporcionar como sistema de comunicação de massa, finalmente Wolton lança mão de três exemplos em que a telinha opera como sistema de aglutinação, de pacificação popular e de reafirmação de democracia. Cita o papel da TV pública na África do Sul durante a retransmissão das reuniões de trabalho da comissão “verdade e conciliação”, a qual foi responsável pela pacificação popular pós-Apartheid.
Ele atribui à Rede Globo no Brasil, papel fundamental como instituição direta de democracia por seu poder de penetração. Elogia a influência das transmissões da TV italiana, as quais mobilizaram a população daquele país, por ocasião da operação mãos limpas, em que promotores de justiça numa investigação sem precedentes, conseguiram interligar a relação promíscua entre o estado italiano, o poder econômico e o crime organizado. (WOLTON-2007, p. 64).
Finalmente, ao concluir “Internet e Depois” Wolton pontua que seu objetivo com esse trabalho é diminuir a pressão exercida pelas novas tecnologias sobre a comunicação. Para tanto, define exatamente o que seja comunicação no âmbito de seu entendimento pessoal com base em seu pensamento teórico: a comunicação como ideal de expressão da sociedade ocidental é o conjunto de mídias de massa; é também o conjunto de novas tecnologias; pressupõe a existência de indivíduos livres e iguais. Finalmente, a comunicação compreende o conjunto de valores, os símbolos e as representações que organizam o espaço público. (WOLTON-2007, p. 206).
Em “É preciso salvar a comunicação”de forma resumida podemos reencontrar a vertente crítica de Wolton. Como transformar a comunicação numa ferramenta de reafirmação democrática e de ocupação igualitária do espaço público. Essa é sua primeira preocupação. Primeiro ponto: a aldeia global de Marshall McLuhan é uma realidade na dimensão sociológica de Wolton. Diante de tal afirmação, compreender a comunicação como elemento estrutural dessa atomização das relações humanas é capital. É elementar acionar os mecanismos de reafirmação democrática como variável a qual deverá conduzir o processo de reconciliação da vertente econômica e técnica da comunicação com a sua amplitude social. "Salvar a comunicação é antes de tudo preservar sua dimensão humanista". (WOLTON, Paulus-2006, p 10).
Na aldeia global a circulação crescente da informação requer a manutenção das identidades para que os cidadãos assegurem a preservação da geografia intelectual e cultural. Pensar a sociedade aberta é não apenas reconhecer a incomunicação e repensar a coabitação cultural, mas também reconhecer a necessidade de referências. Portanto significa sair do fluxo, organizar, aceitar a existência de uma incomunicação pode ser entendido como um sistema dialético no sentido de organizar e salvar a comunicação (WOLTON, Paulus-2006, p 10).
Em resumo engendra-se um ciclo de incomunicação-coabitação que não anula a comunicação. (WOLTON, Paulus-2006, p 147). Com efeito tais contradições se manifestam numa revanche da geografia. Lembremos a guerra da antiga Iugoslávia no coração da Europa, o infindável conflito entre Índia e Paquistão, ou conflitos tribais nos grandes lagos da África ou na Costa do Marfim.
Na ótica de Wolton a Teoria da Comunicação, é a relação entre informação e comunicação. Seu papel na construção do processo democrático é imprescindível. Salvar a comunicação é entender o alcance limitado das ideologias calcadas apenas na razão tecnológica, formato de debate que a globalização tomou para si a tarefa de vulgarizar. Fernando Cibelli de Castro
Referências bibliográficas
Internet e Depois: uma teoria crítica das novas mídias, (WOLTON, Dominique, 10, 12. 13, 20, 22, 31, 38, 51, 52, 53. 64, 206);
É preciso salvar a comunicação (WOLTON, Dominique, 10, 147).
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